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O Apocalipse Escondido

O APOCALIPSE ESCONDIDO

 (Texto de PAULO URBAN, publicado na Revista Planeta, edição nº 339, dezembro/2000)

 (Dr. Paulo Urban é médico psiquiatra e Psicoterapeuta  do Encantamento)

Estamos presenciando a austera batida do cerrar das portas do milênio. Assistimos de camarote ao cair do pano de pleno século XX. Vivemos o tempo insólito em que a humanidade ousou enfrentar seus deuses, e aprendeu segredos terríveis que, pouco a pouco, foram sendo subtraídos da mãe-natureza. Aonde chegaremos? Há de fato uma data apocalíptica, destinada a interromper a volúpia desenfreada da evolução da espécie humana?

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Michel de Notredame (1503-1566)

Michel de Notredame (1503-1566)

O leitor bem se lembra de que muitos esperavam o fim do mundo para 11 de agosto de 1999. Coitado de Nostradamus, injustamente acusado de charlatanice por conta da frustração geral que se abateu sobre o planeta quando não houve fim algum! Analistas incautos das Profecias puseram na boca do sábio o vaticínio de que nesta data o mundo sofreria profundo abalo. Elegeram a fatídica quadra 72 de sua décima centúria como anúncio de inevitável cataclismo; astrólogos frisaram o perigo de certas conjunções para o momento, e toda a civilização ocidental foi instigada a preparar-se para o fim dos tempos. Outros intérpretes foram buscar no Apocalipse a confirmação para suas funestas teorias. Por fim, para eximirem-se da responsabilidade de ter sido aquele 11 de agosto menos grave que quaisquer das mais simples sextas-feiras 13, fizeram de Nostradamus bode expiatório para o erro de previsão; afinal, quem mandou ser ele assim tão hermético e complicado ao escrever?

Verdade é que prever o apocalipse já é tradição na humanidade, não importando época nem lugar para que o medo do fim sobrevenha, geralmente atrelado ao arquétipo das transformações súbitas, da renovação pela morte intempestiva. Nenhum exegeta bíblico, entretanto, por mais que se aprofunde no tema, consegue distinguir a raiz original destes mitos que pregam uma data para o descansar definitivo dos relógios, para o dia do Juízo Final, quando a humanidade será então julgada por suas atitudes.

As fontes bíblicas desta concepção apocalíptica são incertas. Sabe-se que na Antigüidade, quando o Antigo Testamento foi escrito, os profetas eram vistos como personificações do divino, o que lhes conferia poderes, por exemplo o de guiar espiritualmente seus povos e prever os seus desígnios. Suas palavras eram sempre revelações, e suas mensagens, advertências de Deus do gênero “arrependei-vos ou sereis punidos”, o que contribuiu para criar o mito da compensação divina para as injustiças praticadas entre os homens, em caráter individual e coletivo, ocasião em que o joio pode ser separado do trigo e almas puras encontram a salvação.

Frontispício do Livro de Ezequiel, Bíblia de Winchester, 1160-1170

Frontispício do Livro de Ezequiel, Bíblia de Winchester, 1160-1170

Há três apocalipses bíblicos. Os dois primeiros encontram-se no Antigo Testamento, são os livros de Ezequiel e Daniel, que respectivamente datam dos séc. VI e II a.C., historicamente situados em época de dominação dos judeus por povos inimigos, razão esta que fundamenta o sentido libertário destes textos, a prometer às almas dos subjugados o advento do messias portador da paz e da justiça que em toda vida nunca puderam experimentar. A passagem em Ezequiel aceita como uma antevisão do Armagedon (a batalha final entre Deus e o demônio, a luta derradeira entre o bem e o mal), possivelmente referia-se à tomada de Israel pelas hordas dos cifemos, considerados ímpios e cruéis, violadores dos mandamentos de Deus, que nunca souberam honrar seus pais nem seus casamentos.

Fronte em mármore de Nero, 54 d.C. - Museo delle Terme, Roma

Fronte em mármore de Nero, 54 d.C. – Museo delle Terme, Roma

Similarmente, o Apocalipse de João, no Novo Testamento, datado do século I d.C., foi compilado durante o período em que os cristãos da Ásia Menor sofriam torturas impostas pelos romanos. Em nossos dias, praticamente é consenso que o anticristo descrito por João seja uma alusão ao imperador romano Nero (37-68 d.C.), que incendiou Roma aos 27 anos de idade, e que, culpando os cristãos pelo sinistro, iniciou a primeira grande perseguição da história contra os mesmos. Nero terminaria por suicidar-se, aos 31 anos, enlouquecido, atirando-se sobre a lâmina de sua própria espada. Vários são os mitos, entretanto, que narram sua volta, ressurgido do mundo dos mortos com a missão de perseguir seus inimigos.

Cumpre dizer que os primeiros discípulos de Jesus também estavam seguros de que o Mestre voltaria após a ressurreição para a redenção final. Tal expectativa tanto garantiu a sobrevivência dos cristãos em tempos adversos de perseguição romana, como fez gerar toda uma teologia a alimentar a crença na salvação final das almas. Embora o próprio Cristo houvesse dito que ninguém saberia nem o dia nem a hora de seu retorno, nada impediu que a Igreja interpretasse os sinais para prever quando o advento se daria. Com base nisso foi que Montanus, profeta da Frígia, Ásia Menor, em 172 d.C., dizendo-se o Espírito Santo encarnado, anunciou que o Dia do Juízo estava próximo. Hipólito, teólogo romano, na passagem para o terceiro século previu, com base nas medidas da arca de Noé, que Jesus voltaria no ano 500 de nossa era!

Já no século IV, com a conversão de Constantino, a Igreja ficou melhor assentada sobre o Império Romano, e as profecias apocalípticas perderam um pouco sua função. O monge cristão Augustino, desta época, ainda que esperasse ele próprio pela volta do Cristo, advertia contra a fé cega em profecias que vulgarizavam a idéia do fim do mundo. Suas teses foram aceitas pela Igreja no Concílio de Éfeso, em 431, a partir do que as crenças apocalípticas arrefeceram-se um pouco.

Mas no ano de 960, Bernardo da Turíngia, antigo Estado germânico, afirmaria que no ano em que o dia da Anunciação da Virgem coincidisse com a Sexta-feira da Paixão, o mundo acabaria. A profecia perturbou de modo crescente a Europa até o ano de 992, quando ocorreu sem qualquer prejuízo o tal cruzamento. Já a passagem para o ano 1000 não causou maiores temores. Embora livros apócrifos tivessem espalhado a crença de que o Juízo ocorreria mil anos após o nascimento do Cristo, o fato é que a passagem de milênio se deu despercebidamente.

O milésimo ano, representado pelos romanos por um simples M, não parecia guardar qualquer significado cabalístico. Aliás, datas numéricas do calendário eram o que menos importava; a sociedade àquela época era regrada pelos dias santos, ritos e jejuns da Igreja, festas como a Páscoa, Pentecostes, Natal, etc… A idéia de que no 31 de dezembro de 999 a humanidade tenha temido histericamente por seu fim nada mais é que outra lenda, desta vez criada pelos escritores da França iluminista que tudo faziam para criticar a Igreja e seus costumes medievais.

No século XVI, novamente ganharam força algumas profecias fatalistas. Astrólogos ingleses previam a tragédia final para 1o de fevereiro de 1524. Milhares de londrinos abandonaram seus lares, mudando-se em polvorosa para terras mais altas, procurando assim escapar do fim do mundo. Como nada ocorreu, os videntes admitiram ter cometido pequeno erro de cálculo: o fim seria em 1624!

A Europa, dentre tantas profecias, aguardaria ainda pelo fim dos tempos em 1528 por conta de um dilúvio; esperaria pelo Cristo em 1533 conforme crença dos anabatistas; e deveria ter sido destruída por um impacto em 19 de maio de 1719, segundo previsão do francês Jacques Bernoilli em seu Tratado dos Cometas.

Cristóvão Colombo

Cristóvão Colombo

Cristóvão Colombo (1451- 1506) também acreditava, conforme sua formação cabalista e templária, que o mundo acabaria em 1650. Delirantemente, dizia que a descoberta do Novo Mundo era peça de um plano maior destinado a nos levar às portas do Paraíso: “Deus fez de mim um mensageiro do novo céu e da nova Terra, dos quais Ele falou no Apocalipse de São João”, registrou em seu diário.

Fim dos mais curiosos, entretanto, foi previsto por Mary Bateman, taverneira em Leeds, Inglaterra. Em 1806 mostrou a seus clientes um ovo de galinha cuja casca trazia a inscrição: “Cristo voltará”. Logo sua galinha botou outro ovo com igual inscrição, o que causou rebuliço no local. Mary disse então ter recebido uma revelação de Deus e cobrou 1 penny dos presentes para que pudessem ouvi-la. Todos pagaram. Contou então que tão logo o 12o ovo igual aqueles fosse botado, o mundo acabaria. Até lá, somente os que comprassem por 1 xelim um papel timbrado que ela preparava com as iniciais J.C. entrariam no reino de Deus. De novo pagaram pelo documento, e a notícia se espalhou pela cidade. Mary vendeu centenas de passaportes para o céu. No dia em que o último ovo seria botado, autoridades religiosas a flagraram fraudando previamente a mágica que se repetiria. Mary Bateman acabou sendo presa e enforcada.

John Dee, magista inglês que, por meio de cálculos astrológicos, arriscou também prever uma data para o fim do mundo.

John Dee, magista inglês que, por meio de cálculos astrológicos, arriscou também prever uma data para o fim do mundo.

Nomes de peso também se entretiveram com o tema do Juízo. O filósofo alquimista John Dee (1527-1608), por exemplo, acreditava piamente que o fim da Europa se daria no ano de 1842. No final do século XIX, intérpretes matemáticos juravam ler as profecias veladas nas medidas da pirâmide de Queóps, e atestaram que o mundo terminaria em 1881. A data foi depois corrigida para 1936, e quando de novo não se deu o vaticínio, o fim do mundo ficou postergado para 1953. Antes disso, em 1910, registrara-se o pandemônio da passagem do cometa de Halley, quando boatos científicos afirmavam que os gases tóxicos da cauda do cometa matariam por asfixia a população do planeta. Tal idéia fora lançada em 1839 pelo escritor norte-americano Edgar Allan Poe (1809-1849) num romance de ficção intitulado Conversa de Eiros com Charmion, que alcançou grande repercussão.

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A total destruição da Terra era por muitos temida por ocasião da passagem…

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…do Cometa de Halley, em 1910, cuja cauda envolveria nosso planeta com seus gases tóxicos e mortais.

Nosso século igualmente assistiu a inúmeras promessas apocalípticas afiançadas por várias seitas fatalistas. Exemplo ainda recente são os 911 mortos do suicídio em massa ocorrido em novembro de 1978 em Jonestown, Guiana Inglesa, onde o reverendo Jim Jones, 47 anos, suicidou-se com um tiro na testa após servir veneno a seus seguidores, que o sorveram certos de que assim estariam encontrando o Paraíso. Em 1997, a seita Portal do Paraíso promoveu suicídio coletivo semelhante numa mansão da Califórnia. Os fanáticos religiosos propuseram-se a morrer em momento precisamente oportuno, durante a passagem de um cometa pela órbita da Terra, de modo que suas almas pegassem carona na cauda do astro errante, rumo ao Paraíso.

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Saldo do fanatismo religioso: 911 mortos em 20 de novembro de 1978, incluindo o próprio reverendo

James Thurman Jones, pastor evangélico que conduziu seus fiéis ao suicídio coletivo por envenenamento

Além do que pregam as seitas apocalípticas, certezas científicas fazem ver que, como tudo no Universo, também nosso sistema solar tem seu ciclo de nascimento, desenvolvimento e envelhecimento, seguido de morte. Ora, o Sol, crêem os cientistas, tem 5 bilhões de anos de existência, e deverá queimar ainda por outro tanto. Muito antes disso, porém, a vida no planeta Terra já não mais será possível, já que o astro-rei, desgastado, não poderá aquecer a Terra a ponto de garantir a vida orgânica em sua superfície. Também sabemos que, paradoxalmente, o último bilhão de anos de vida do Sol será o seu período de maiores explosões, gerador de um calor devastador, capaz de cozinhar nosso planeta e evaporar os oceanos. Além disso, pode o Sol a qualquer momento expelir uma protuberância gigante capaz de varrer a Terra com seus raios cósmicos. Uma explosão solar extraordinária poderia ser intensa a ponto de produzir radiações nocivas à vida, e induzir a mutações genéticas capazes de decretar o fim de nossa espécie.

Chances de colisão com algum bólido que penetre em nossa órbita também existem. Embora remota esta chance, acredita-se que fenômeno semelhante tenha extinguido os dinossauros há 65 milhões de anos, já que o impacto teria levantado por anos a fio uma nuvem de poeira em torno da Terra, obstruindo a luz do Sol e resfriando o planeta. Ainda que a possibilidade de isso se repetir seja a de uma em 400 milhões, a NASA prefere manter um programa com astrônomos amadores distribuídos pelo mundo todo na tarefa de patrulhar o céu. Nossa tecnologia já permite explodir tais corpos a uma distância segura.

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Mas se estas teorias parecem remotas demais para trazer à tona a realidade de nossa breve existência, por que não falarmos um pouco acerca das possibilidades reais, que estão ao nosso alcance, capazes de acabar com a vida no planeta? É por estupidez de nossa parte que a Terra corre seus maiores riscos! Isto porque o planeta sobre o qual vivemos é também efêmero. Da mesma forma que tudo no Universo se transforma, tudo no sistema solar é finito. E vivemos nos esquecendo de que a Terra ela própria não passa de friável grão de poeira galáctica, um pontinho virtual do Universo, que durante bilhões de anos se esfriou a ponto de permitir agasalhar a vida orgânica.

O ponto "S", há 300.000 anos luz do centro da Via láctea (uma dentre as infinitas galáxias do Universo), resume em si todo o nosso Sistema Solar

O ponto “S”, há 33.000 anos luz do centro da Via láctea (uma dentre as infinitas galáxias do Universo), resume em si todo o nosso “gigantesco” Sistema Solar

Entretanto, quanto mais segue inconsciente de si mesma, menos a humanidade presume que seu fim possa estar próximo, e comete atos impensados, vergonhosos, capazes de comprometer as gerações vindouras. Citemos três dados de relevância:

1o. A região Ártica tem recebido violentos golpes devido ao processo de degelo. Barreiras polares vêm se soltando e produzindo novos icebergs. Tais plataformas polares são imprescindíveis, servem como sorvedouro do calor terrestre, e colaboram para o equilíbrio térmico atmosférico.

2o. O salmão está morrendo no Pacífico Norte. Na Baía de Bristol, uma de suas maiores áreas pesqueiras, sua pesca foi metade do esperado em 1998, a menor nos últimos 20 anos.

3o. Os recifes de coral do Oceano Índico estão se desfazendo; 90% deles já foram branqueados devido à morte das algas que lhes servem de alimento e lhes conferem sua cor.

Revista Veja, 25.ago.1999

Revista Veja, 25.ago.1999

O que está por trás de tudo isso? Evidentemente é o processo de aquecimento gradativo de nossa temperatura, o chamado efeito estufa. O 1o trimestre de 1998 foi o mais quente já registrado no mundo, confirma o Centro Hadley de Londres, que desde 1860 faz estas medições. Conclui que desde 1983 ocorreram nove dos dez anos mais quentes, e que a temperatura média do planeta tende a subir mais 1,5o C até 2050.

Em 1997 realizou-se a Conferência Mundial do Clima de Kyoto, Japão, para que os 169 países participantes se comprometessem a controlar suas emissões de CO2, gás implicado no aquecimento da atmosfera. Paradoxalmente, o mesmo carbono que se constitui em matéria-prima para a vida orgânica é o elemento capaz de se comportar feito cavaleiro do apocalipse, já que traz em si o potencial para o extermínio completo da vida no planeta, bastando para tanto que se rompa seu equilíbrio em proporção aos demais gases existentes em nossa atmosfera. Isto quer dizer: somos habitantes de um grãozinho de areia, e vivemos protegidos por fina redoma de gases, tão resistente em termos astronômicos quanto uma bolha de sabão! Para mantermos o CO2 em níveis aceitáveis na atmosfera, sem prejuízo para o planeta, seria preciso diminuir imediatamente sua emissão em 60%! Mas as nações não estão dando ouvidos a isso. Com o aquecimento da atmosfera e o degelo daí decorrente, vários países litorâneos correm risco de invasão pelas águas do mar, alguns dos quais, deverão desaparecer, submersos. Espera-se ainda que ocorra a salinização de grande parte da água do planeta, contaminando-a, tornando este recurso vital ainda mais escasso do que já é.

Mapa do National Snow and Data Center: panorama do degelo global em junho de 2001

Mapa do National Snow and Ice Data Center: panorama do degelo global em junho de 2001

Fiquemos por aqui! Poderíamos citar inúmeros outros riscos que nos assombram nesta virada de milênio, mas o desequilíbrio ecológico decorrente do efeito estufa é o melhor exemplo de como a humanidade segue levianamente seu caminho, não pensando no amanhã. Tecnologicamente, vamos avançando brilhantemente a cada dia, mas insistimos em esquecer o mais simples, que é cuidar da própria casa.

A propósito, a palavra apocalipse vem do grego e significa “revelar, descobrir”. Algo bem distante da idéia de fim dos tempos ou fatalidade. Por isso o Apocalipse é também chamado de “Livro das Revelações”. Fica uma lição: caso não aprendamos a nos conhecer melhor e mais profundamente a cada dia, corremos o risco de manter nosso apocalipse escondido, guardado feito potência não aproveitada. Não deveríamos estar responsabilizando Nostradamus pelos excessos de nosso comportamento. Se há salvação, ela é fruto de uma conscientização ecológica associada à busca por uma espiritualidade compromissada com os destinos do planeta. E se as futuras gerações pudessem ser incluídas em nossos pensamentos tudo seria bem melhor. A pequenez humana, porém, não está acostumada a pensar no tempo que ultrapasse a brevidade de uma existência.

É possível sobreviver em meio a tantos sinais concretos de fins dos tempos? Tudo depende; afinal, de nossa harmonia pessoal resulta a harmonia ecológica do planeta. Decerto há um apocalipse escondido dentro de nós mesmos. Nossa missão é desvendá-lo!

7 Comments

  1. Maitê Luz disse:

    Maravilhoso texto! Tens razão, é melhor guardá-lo para a próxima previsão do fim do mundo. Bjks e muito obrigada por dividir tua sabedoria conosco.

  2. Ótimo, mas confesso que o meu apocalipse veio com diversos medos eclodindo. E isso acabou gerando muitas auto-descobertas…
    Muita gratidão por ter se esforçado em nos trazer esta compilação de fatos, Paulo.
    E que o nosso apocalipse pessoal, traga a renovação mais viável e saudável para o nosso crescimento de sapiência interna.
    E se houver um dia, um apocalipse na terra, que antes do meu fim chegar, eu possa ter sentido que já estive adoçando a vida e transmitindo amor ao coração de muitos seres que vivem aqui.
    Beijos no coração!
    Giuliana Valzachi

  3. Telma disse:

    Belíssimo texto. Parabéns. bj carinhoso

  4. Patrícia disse:

    De lá pra cá, este cenário habilmente sintetizado no texto chegou ao confronto num ápice em 2020, mas será que é de fato o último? Não creio, falta a possibilidade atômica representada na imagem, o casulo aterrador. E tantas outras…ainda assim, a grande aventura humana, ainda que no seu revés, se sobrepõe ao seu próprio potencial fracasso, é o que me digo e repito, buscando credibilizar-me. Só sobrevivo se pensar/sentir = ‘sensar’ na força e na potência desta FÊNIX chamada GAIA, plus sua progênie, numa Idade Dourada. Sansara…em algum plano, dimensão deste inconcebível UNIVERSO mágico, ela sempre É! Não creio, portanto, neste fim dos tempos tão propalado, em termos de um fim de nós todos. Mas creio, aí sim de coração contrito, em apocalipses diários a papel de inúmeros males (‘revelações’ indicam ‘qualidade’?) , a olhos de quem tiver olhos de ver, e isto já se enxerga recrudescer há décadas de observação. Varreduras, quantas varreduras, pragas, e fenômenos telúricos dignos de Titãs nos assolam, formiguinhas atômicas contaminadas! Sei não…nem Nostradamus alcançou a visão de tal pesadelo, meu palpite. E fecho contigo, Amigo da Alma, a possibilidade de uma mente saudável coletiva capaz de compreender este QUANTUM deficitário de PRANA ou energia vital, é fundamental para continuarmos a SER o Ser. Não consigo me expressar melhor, voltarei talvez. Muito grata!

  5. Alana disse:

    “Paradoxalmente, o mesmo carbono que se constitui em matéria-prima para a vida orgânica é o elemento capaz de se comportar feito cavaleiro do apocalipse, já que traz em si o potencial para o extermínio completo da vida no planeta, bastando para tanto que se rompa seu equilíbrio em proporção aos demais gases existentes em nossa atmosfera”.

    Estava um dia desses assistindo uma vídeo aula sobre vírus e me deparei com uma teoria da biologia que fala que o vírus é esse paradoxo, ele é uma célula que se comporta “feito cavaleiro do apocalipse”.

    Na terapia pude notar o quanto comportamentos, de quaisquer graus de parentesco, são replicados.

    Lembro-me de casos de cientistas que mexeram em proteínas do DNA, que até então era reservado a DEUS, para “adaptar” embriões a partir de suas descobertas a respeito do DNA humano, os tais “melhoramentos genéticos”. Se falou muito em ética, em não fazer experiências com humanos, etc.
    Quem não garante que as crenças formam uma espécie de “DNA psicológico” e que toda vez que tentamos mudar uma crença (uma proteína), nos sentimos tomados pela sensação de que estamos mexendo na unidade de coesão que trouxe nossa família ao mundo do jeitinho que é? Nos colocando como “Deus” e através de experimentos com nossos próprios comportamentos, que apesar de melhorarem sob a nossa ótica, violam /quebram/insultam as tradições familiares e sociais.

  6. Alana disse:

    Depois dessa volta de 360º que eu dei no assunto (rs) eu imagino que “o fim do mundo” esteja ligado a uma espécie de paralisia do ego.
    A sensação de impotência/se sentir incapaz, pelo menos em mim, me causa euforia que acaba desembocando em um apelo divino por tomar as rédeas daquilo que me estanca/ sufoca.
    Uma outra situação, me usando novamente como exemplo, é a covardia. Viver exige estar exposto a vulnerabilidades, mas daí eu me lembro que no “paraíso tem uma cobra”, uma armadilha, uma treta p/ eu dar conta. A minha armadilha, é claro, veio dessa fala, bem adolescente, da minha mente: “morrer até que não é ruim, a terra tá uma bosta!”.
    É como terminar relações boas, sair das casas dos pais mesmo “sem precisar”, é como cultivar amizades mesmo sabendo que elas vão partir, é como cuidar de si mesmo sabendo que o corpo é passageiro, etc. De uns tempos p/ cá, lidando com a morte, é uma espécie de luta (não gosto de usar essa palavra, mas é como me sinto), em que eu não excedo a ponto de me agarrar freneticamente a vida, mas também não posso paralisar, a ponto de abandonar completamente os vínculos que me ligam a ela.

  7. Alana disse:

    De um modo geral, ouvindo amigas e pessoas próximas, percebo que a gente não compreende partir, romper, dizer adeus, por fim em coisas e situações que consideramos boas, mas, as vezes, sabemos que é preciso prosseguir, então criamos e injetamos uma espécie de motivo que seja “coerente” com a nossa condição de aceitar o fim/a mudança. As vezes é um fim-fim, mas as vezes é um fim de uma condição, de uma visão, de uma perspectiva, ainda assim, levamos tempo para que uma “enzima” (rs), experiências/algo, nos ajude a aderir e que leia nossa nova crença (proteína de DNA) a fim de uni-la a como parte da nossa unidade de vida pessoal e coletiva.

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