N.N.D.N.N. 

Pois, o ego, essa matéria em pedra bruta,
depois de calcinado vezes quantas
requer ser dissolvido em outras tantas,
eis o alquimista entregue à sua labuta.

Que o solve et coagula é a sábia Planta,
que em onda e varredura assaz arguta,
banhando-nos com fogo o Rei transmuta
na força da Rainha sacrossanta.

São estes os silentes bons trabalhos,
as Bodas às quais foi Pai Rosencreutz
em peregrinação de Amor e espinhos,

que a Folha e o Cipó são os agasalhos
dos egos que, vencidos, fazem fortes
à Luz do anonimato os seus Caminhos.

C+S.:.
N.N.D.N.N.
julho, ano da Graça de MMX
decassílabos heroicos

Atanor Alquímico em Rito de III Grau do Encantamento – foto de Andréa C. Vitório

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(*) N.N.D.N.N. é abreviatura de um dos mais importantes dísticos dos Templários que se reporta ao Salmo bíblico # 115 de Davi, que em latim se diz: Non nobis, Domine, non nobis, sed nomine Tuo da gloriam, a dizer: ‘Não a mim, Senhor, não a mim, senão pela glória do Teu nome’. Embora seja o título deste soneto, Christiano Sotero em todos os seus escritos sempre anota este mesmo acróstico abaixo das letras iniciais de seu nome e dos sinais que as acompanham, a dar conta assim de sua fidelidade à Ordem dos Veladores do Templo e também à TAO (Tradição Alquímica do Ocidente), Ordem esta na qual é Mestre Perfeito.