SONETELEMENTAL
Sonetos me visitam em Salamandras,
são fogo, pensamentos, são centelhas…
são urdidura e própolis de abelhas,
zumbido à cotovia, essas calandras…
Às vezes ancestrais surpresas velhas;
por outras, profecias das Cassandras;
nem sempre flores virgens, mas malandras
camélias a enfeitar nuas corbélias.
Sonetos são lagartos sobre a testa,
que em bífidos quartetos e tercetos
rastejam-me de versos sob escamas;
são répteis que à grafite em cinza e preto,
escapam de minh’alma pela fresta
queimando elementais em vivas chamas!
Paulo Urban
6 de maio, MMXX
decassílabos heroicos
Crédito de Imagens:
Superior – por Andrea Camargo (Rito de III Grau da P.E. – 14/03/2009)
Inferior – por Maíra Meyer (São Tomé das Letras – MG – 18/03/2008)
Amei este soneto, estas rimas, estes seres fugidios em presenças capturadas pelas lentes despertas…