JANO – ENTRE O PASSADO E O FUTURO
(Texto de Paulo Urban, publicado na Revista Planeta, edição nº 340, a primeira do novo século e do novo milênio, em janeiro de 2001)
Dr. Paulo Urban é médico psiquiatra e Psicoterapeuta do Encantamento.
Vivemos um janeiro especial, de quádruplo caráter: início de ano, de década, de século e de milênio. A comunidade cristã desperta em seu 1º de janeiro e estranhamente sente estar pisando o amanhã. Foi o futuro quem chegou, ou nós que o alcançamos? Mero sofisma; afinal, somos seres efêmeros, presos a um presente interminável que nos acompanha por toda a vida.
Janeiro, cujo nome se origina de deus Jano, foi acrescentado ao calendário por Numa Pompílio (715-672 a.C.), sucessor de Rômulo, personagem histórico-mítico que, segundo Plutarco, teria fundado Roma em 21 de março de 753 a.C.
Figura das mais singulares, Jano é exceção no panteão romano, visto não haver seu correlato entre os gregos. Tampouco o encontramos nas mitologias indo-européias, e seu surgimento está envolto na aura da incerteza. Uns dizem que nasceu em Cítia, na Ásia Menor; outros, que seja proveniente de Perrébia, cidade da Tessália, região da Grécia. Algumas versões o fazem filho de Apolo e Creusa, filha de Ereteu, um dos reis de Atenas.
Jovem maduro, Jano teria seguido pelo mar Tirreno até as terras que hoje são a Itália, acompanhado por uma extensa frota. Aportando, seu exército fez várias conquistas e Jano construiu sua cidade, Janícula. Daí passaria a reinar no Lácio (Latium Vetus, região de Roma, de onde vem o latim). Saturno, destronado por Júpiter e expulso do céu, vendo-se obrigado a viver no exílio, buscou inicialmente abrigo no Lácio, onde foi bem recebido por Jano. Profundamente agradecido, ao partir, abençoa seu anfitrião com o dom da mais alta prudência, conferindo-lhe o poder de ver o passado e o futuro ao mesmo tempo. Por esse motivo, os romanos cunhavam a efígie de Jano em sua mais antiga moeda, o asse, ora representando-o imberbe, ora barbudo, mas sempre com dois rostos numa mesma cabeça, voltados para direções opostas, de modo que suas faces nunca se olham. Uma delas pode ver somente o passado, conquanto a outra antecipa o porvir. Escavações arqueológicas encontraram moedas com Jano bifronte tendo em seu reverso a proa de um barco, em menção ao domínio que os romanos lhe atribuíam, já que o consideravam introdutor dos barcos e do comércio.
Cícero (106-43 a.C.) associa o termo jano ao verbo ire (ir) e ressalva que os caminhos públicos romanos eram chamados de jani. Outras fontes associam-no à palavra janua, a significar “portas em forma de arco”, ou “aquilo que abre e fecha”, até porque a divindade era protetora de todas as entradas e saídas, estando a guardar não só as portas das casas e cidades, como também os portais do céu, neste caso em companhia das Horas. Nesta condição, Jano sustenta dois símbolos, a chave e o báculo, com os quais os porteiros fechavam e defendiam as entradas das cidades.
Jano preside tudo o que se abre, é deus tutelar de todos os começos; rege ainda tudo aquilo que regressa ou que se fecha, sendo patrono de todos os finais. Por sua dupla função, recebeu dos romanos dois epítetos principais, Jano Patulcius, ou “aquele que abre”, e Jano Clusius, ou “aquele que cerra”. Neste aspecto estava relacionado às guerras, posto que anunciava seus começos e seus términos. Consta que seus templos permaneciam abertos enquanto durassem os conflitos, para somente serem fechados em tempos de paz, numa tradição que perdurou até o século IV d.C. O Templo de Jano, erguido em Roma na região do Fórum, teria permanecido fechado por longos anos durante o pacífico reinado de Pompílio; uma vez reaberto, só voltou a ser cerrado após a segunda guerra púnica, e por mais três vezes, com distintos intervalos, já no reinado de Augusto, século V d.C.
Com a ninfa Camasene, Jano teve um filho, Tiber, de onde se originou o nome do rio Tibre cujas águas banham Roma. Outra esposa foi Venilia, de quem nasceu a filha Canente, do verbo canens, a designar “aquele que canta”, cuja voz maviosa tinha o poder de atrair as pedras e acalmar os animais selvagens que a ouvissem.
A ligação de Jano com as guerras parece ter se originado durante o episódio do rapto das sabinas. Vamos narrá-lo resumidamente. Havendo Rômulo recebido por bravura um território das mãos de seu avô Numitor, e tendo demarcado aquilo que seria sua cidade, viu-se envolto num problema, tinha um terreno enorme e vazio, não povoado, sem lavoura nem rebanhos. Consultando o oráculo num santuário que construíra no monte Capitólio, vislumbra a solução: faria de sua cidade um grande asilo, transformaria todos os marginalizados dos arredores em cidadãos comuns, devolvendo-lhes seus direitos. Logo encontrou seu povo entre maltrapilhos, desgraçados, doentes, escravos fugitivos e criminosos, que rapidamente invadiram de forma pacífica seu território.
Roma teve assim um começo febril; em suas terras ardia a vontade de fazer crescer e preservar o povoamento, mas quase não havia mulheres entre sua gente. Rômulo, mais uma vez, precisava de uma solução rápida, e resolveu buscar suas fêmeas entre os sabinos, povo ordeiro e pacato que vivia nas vizinhanças. Convida-os então para os festejos de início de ano, as chamadas Consuálias, ou festas da colheita, presididas por Jano Consivius, outra alcunha a designar “aquele que semeia”, o que faz de Jano também uma divindade agrícola, responsável pela geração, pelo movimento da vida em todas as suas fases. As Consuálias caracterizavam-se por jogos, especialmente corridas de cavalos, e os romanos ofereceram seus melhores animais aos visitantes para que estes pudessem competir. Impressionados com cidade tão espaçosa, de largas avenidas e casas magníficas, os sabinos nada desconfiaram da armadilha e deleitavam-se com suas famílias, entregando-se aos festejos. A um gesto combinado de Rômulo, os romanos puxam suas armas; raptam todas as mulheres e expulsam os indefesos visitantes, humilhados, para fora da cidade. Por dias e noites seviciam as mulheres, engravidam-nas, e pregam para que se acostumem à nova morada e aceitem suas novas famílias.
Ultrajados, os sabinos organizam-se, preparando-se para invadir a cidadela do Capitólio. Inúmeras empreitadas são seguidamente rechaçadas por Rômulo. Afinal, seu exército estava formado por homens brutos, essencialmente ferozes. Coube à perspicácia de Tito Tácio conseguir entrar em Roma. Para tanto, o guerreiro, vendo-se incapaz de derrubar os muros da cidade, valeu-se de um estratagema, e conseguiu pouco a pouco atrair para si a paixão de Tarpéia, filha de Semprônio Tarpeio, um dos guardiães da entrada principal de Roma. A moça, a quem prometera esposar se ela lhe abrisse as portas da cidade, apaixonada e cega que estava, atendeu-lhe; e entregou Roma aos sabinos. Rômulo, vendo-se cercado, faz preces a Júpiter, mas é deus Jano quem surge neste exato instante para fazer brotar do solo água fervente, que interrompe a passagem dos invasores, fazendo com que os sabinos recuem, cheios de medo. Tempos mais tarde seriam as mulheres sabinas que, cansadas de assistir à morte de seus ex-maridos e tementes pela vida de seus filhos com os romanos, divididas entre suas dores, exigiriam o fim dos embates, quando então os dois povos passaram a se respeitar.
Com a paz, Tito Tácio chegou a governar Roma ao lado de Rômulo por alguns anos. Desde então, os romanos entenderam que quando Jano se manifesta nas guerras, o faz para anunciar a proximidade de seu fim. Também fundiam muitas vezes sua imagem à de Júpiter, e o denominavam Janus Pater, atributo de deus Criador, pai de todas as coisas, ou mesmo Jano Matutinus Pater, ou “pai de todas as manhãs”. O poeta Ovídio (43 a.C. – 18 d.C.), em sua obra Os Fastos, associa-o ao Caos, estado anterior à própria Criação, e diz que Jano tem duplo rosto porque “governa o céu, a terra e o mar; e sendo tão antigo quanto o Mundo que criou, sabe observar ao mesmo tempo o Oriente e o Ocidente”.
Tito Tácio logo morreria em combate contra os laurentinos, outro povo da região, e Rômulo encontraria seu fim mítico mais tarde, aos 54 anos, após haver reinado por 38. Numa tormenta, ele desaparece misteriosamente; diz a tradição que um raio o levou para morar no céu. Há um intervalo durante o qual os cem senadores administram a cidade, e o sucessor escolhido é Numa Pompílio, homem culto e piedoso.
O segundo rei de Roma, sobretudo, prestigia Jano e resolve construir-lhe o já citado templo. Por volta de 700 a.C. faz alteração no calendário de Rômulo, de referencial lunar. O ano até então tinha apenas 304 dias, divididos por dez meses; começava no equinócio primaveril, em Martius (março), e os meses seguintes eram Aprilis, Maius e Junius; daí em diante vinham os numéricos: Quintilis, 5º mês, Sextilis, o 6º, September, o 7º… até December, o 10º mês. Pompílio, observando as imprecisões desta contagem, incluiu dois meses no ano romano, elevando para 355 seus dias, e batizou os novos meses de Januarius, em homenagem a deus Jano, e Februarius, em menção às festas com este nome.
Jano desde então teve crescente prestígio, até que Júlio César, encomendando os trabalhos do sábio Sosígenes, astrônomo de Alexandria, em 46 a.C., resolve corrigir novamente o calendário, passando a adotar o ano solar com período de 365 dias e ¼, sistema este mais preciso que o anterior, que só seria aprimorado em 1582 pela reforma gregoriana. César rebatizou o mês Quintilis com o nome de Julius, numa homenagem a si mesmo; transferiu o equinócio de primavera para 25 de Março, e determinou que o ano começasse em 1º de janeiro, fazendo jus à divindade bifronte capaz de estar entre o tudo e o nada, olhando concomitantemente o passado e o futuro.
Perguntemo-nos então, o que estaria vendo Jano nesta passagem contemporânea de século e milênio? Qual futuro nos espera para além desta marca especial do tempo do calendário cristão gregoriano? Quais segredos Jano vislumbra em seu olhar transtemporâneo?
Permitam-me os leitores uma digressão, peço que me acompanhem numa abstração de André Carneiro, escritor brasileiro de ficção científica que, num ensaio a respeito da ciência e da parapsicologia, avalia os hipotéticos 15 bilhões de anos de nosso Universo como se estivessem condensados num só ano. Reflitamos juntos acerca deste particular momento de virada de milênio.
Seria como se o Cosmos começasse a existir no 1º de janeiro e nós nos encontrássemos, hoje, no último dia do calendário desse ano, já à meia-noite de 31 de dezembro. Vamos resumir:
– No primeiro instante deste ano virtual e durante toda a sua primeira hora teria ocorrido o Big Bang, a explosão inicial que teria dado vida ao Universo.
– Só no mês de maio, aproximadamente, é que teria então se formado a Via Láctea.
– Todo o sistema solar, nosso endereço galáctico, teria sido criado por volta de setembro; e em meados deste mês a Terra teria se formado, esfriando-se em sua órbita.
– Saltemos para 28 de dezembro; data em que foram extintos os dinossauros que dominaram o planeta nos últimos 270 a 65 milhões de anos. Cabe lembrar que reduzindo tudo a um só ano, cada segundo que passa leva consigo pelo menos 500 anos de história.
– Já estamos em 31 de dezembro, último dia do ano. São precisamente 22h30min; falta hora e meia para a meia-noite; para nós é tudo o que nos resta para a passagem do milênio. Pois bem, às dez e trinta desta solene noite foi que surgiu sobre o planeta o primeiro “Homo sapiens”.
– Avancemos um pouco nosso relógio: são 23h53min. Sete minutos nos separam de 2001; podemos colocar nesse interregno, resumidamente e pela ordem, a Guerra de Tróia, todo o início, ascensão e queda do Império Romano, o nascimento de Jesus por essa época, e tudo o mais que ocorreu nas Idades Antiga, Medieval, Moderna e Contemporânea.
– 23h59min; estamos a um minuto do século XXI, tempo suficiente para que a Europa viva seu Renascimento, descubra-se o Novo Mundo, a ciência moderna se institucionalize a partir de Galileu e Newton, ocorra a Revolução Industrial, a Francesa etc, e mais recentemente soframos duas guerras mundiais…
– A rigor, só mesmo numa insignificante parcela deste derradeiro minuto é que podemos colocar a máquina a vapor, a eletricidade, o telégrafo, a telefonia, o invento dos automóveis, o rádio e a televisão, os aviões, o domínio do raio X, as experiências atômicas, a explosão em Hiroshima, os computadores, a corrida espacial e o bebê de proveta. Dizendo noutras palavras, os últimos séculos da história da humanidade estão ocorrendo agora, nestes últimos e infinitésimos segundos de nosso ano imaginário. Somos platéia especialíssima, testemunha de um tempo insólito!
Recapitulemos: nossa galáxia dá uma volta completa sobre si mesma a cada 200 milhões de anos; a vida rudimentar protozoária começou há uns 3 bilhões de anos, e nós, seres humanos, só inventamos a agricultura há 12 mil, a roda há uns 6 mil e a palavra escrita há pouco menos do que isso. Surpreende lembrar que passamos os últimos 1.500 anos acreditando que a Terra fosse plana e centro do Universo, de forma que além do horizonte cairíamos num abismo habitado por criaturas monstruosas.
Pensemos então: e se acrescentarmos um décimo de segundo a este ano resumido por André Carneiro? Poderemos então imaginar o ser humano prestes a interferir em sua própria mutação, fabricando ovelhas tipo Dolly e modificando cereais transgênicos com a mesma facilidade com que hoje as crianças operam seus computadores. As mães logo poderão escolher as qualidades genéticas de seus filhos, e a sociedade poderá clonar tudo aquilo que julgar belo e necessário. E o homem futuro, herdeiro de nossa geração, saberá ler pensamentos? Moverá objetos sem tocá-los, valendo-se de suas faculdades psicocinéticas? Nosso cérebro, sabemos, faz uso apenas de algumas de suas capacidades; quais outras restam adormecidas? Qual espécie sucederá o Homo sapiens em seu desenvolvimento evolucionista? Há espaço para o advento de um Homo psíquicus ?
Brinco de Jano a cada dia, e na incerteza do porvir me pergunto o que poderemos estar deixando às crianças, representantes do milênio que temos escancarado às nossas portas. Angustia-me a sensação de que possa não existir planeta Terra habitável daqui a umas duas, no máximo três gerações, a ver pelo rumo inconseqüente desta humanidade. Observemos realisticamente o meio à nossa volta. A Terra tem sofrido a fúria imediatista do homem que, pensando ser dono do mundo, fabrica cada vez mais instrumentos e tecnologia capazes de operar radicais transformações. Se não prestarmos atenção entraremos logo, de modo irremediável, em fase terminal. Passemos a limpo alguns pontos:
– Vivemos num mundo cuja população cresce vertiginosamente; haverá 800 milhões de pessoas a mais nos próximos dez anos.
– A água, riqueza escassa, vem sendo estrategicamente disputada pela maioria dos países.
– As espécies desaparecem hoje 5 mil vezes mais rapidamente que seus ritmos naturais de extinção permitiriam.
– As matas tropicais vêm sendo igualmente dizimadas numa velocidade estonteante, são 11 milhões de hectares destruídos a cada ano.
– Número superior a 350 milhões de toneladas de dejetos potencialmente perigosos, incluindo o lixo radioativo, são expelidos anualmente.
– O efeito estufa tem aumentado a cada década a temperatura média do planeta.
E seguimos abusando do ambiente sem nos darmos conta de que é seu estado harmônico que nos garante a sobrevivência. Também houve incremento da miséria pelo mundo afora:
– Na Indonésia a pobreza cresceu 20% em 1998; são mais 20 milhões de miseráveis. Na Índia são mais 340 milhões os que passam fome.
– Em vários países da África, bem como no leste europeu, houve crescimento da miséria, e no Oriente Médio há dados assustadores de mortalidade infantil.
Por outro lado, os contrastes sociais são tantos que a medicina prevê aumento na expectativa de vida para a próxima década (73 anos para os homens e 80 para as mulheres). Isto, bem entendido, se a humanidade não pulverizar o planeta com uma guerra atômica e encontrar meios de garantir seu futuro ecológico.
O “Projeto Genoma Humano”, desvendando cada vez com melhor técnica nosso código genético, tem pretensões de eliminar grande parte das doenças mediante a troca de genes falhos por saudáveis. Espera-se curar males congênitos antes mesmo do nascimento das crianças, e a ciência poderá fazer coisas próprias da alquimia…
Enfim, vivemos a oportuna época das transições, propícia à meditação e à reflexão quanto ao sentido de nossas vidas, quanto ao nosso papel neste planeta. É hora de desconfiarmos do futuro, para que ele, podendo ser bom, não nos surpreenda de forma tão amarga. Em verdade, reside dentro de nós a possibilidade de um terceiro milênio equilibrado. Que tal nos aconselharmos com Deus Jano e pedirmos a ele que nos oriente pelo caminho?
Muito interessante!
Bom dia
Sou da Secretaria de Cultura de São Lourenço -MG e esse ano gostaríamos de fazer uma festa de ano novo na cidade remetendo ao Deus Jano.
Gostaria de saber se o sr pode nos ajudar. Se tem um grupo que possa no auxiliar a realização da festa, se o sr conhece algum grupo pagão que pudesse vir nos ajudar.
Muito grata,
Paula
Claro, Paula; para tanto entre em contato conosco diretamente por e-mail, sim? Este espaço é reservado a receber comentários dos leitores: urban@paulourban.com.br – e muito lhe agradeço por seu interesse.
Vinte anos se passam e nos pegamos no mesmo crucial dilema, parece até que Jano se faz mais presente a cada encruzilhada global, os ciclos agora se aceleram e há um motivo que provamos estar se sobrepondo, a consciência universal do Homem se expande à medida que ele sofre com seus desatinos. Ou pelo menos, pretende-se que alguns dentre nós compreendamos e sinalizemos fatos e suas respectivas análises decodificadas à luz dos conhecimentos ditos secretos. Eis que pela Astrologia se observa o próximo grande ciclo da passagem de Saturno e Júpiter por signos de ar, inaugurando agora em dezembro de 2020 sua entrada definitiva justamente no signo do Aguadeiro, Aquário, que em seu lado luminoso nos guarda grandes promessas.
Neste sentido, ainda nos cabe ESPERANÇA. Gratíssima pelo texto inspirador, lembrei-me que ao peregrino, só lhe basta o caminho, e se ele quer de repente empreender uma boa jornada, sempre há meios dele a ‘plasmar’ primeiro em sua IMAGINAÇÃO. Muito potencial reside nesta possibilidade, quando pensada no coletivo, quem sabe, uma saída mais digna desta temível enrascada. Só nos resta torcer!