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II Grau

II GRAU: SESSÕES de PSICOTERAPIA CLÍNICA (elemento ÁGUA)

arquivo final

O golfinho de cor verde, associado ao elemento água, é selo do II Grau da Psicoterapia do Encantamento, que se traduz pelas Sessões Psicoclínicas.

Ele é o primeiro a penetrar na metade inferior (mundo oculto) da mandala elíptica, abrindo as portas para o exercício da Psicoterapia do Encantamento propriamente dita, classicamente caracterizada por sessões individuais e regulares, mediante o que se desenvolverá todo o processo clássico psicoterapêutico.

A cor verde, eleita para representar o alcance deste Grau, está universalmente associada às curas, não à toa é ela propriamente a cor da medicina. Tal tradição remonta à Idade Média, época em que os médicos das primeiras Universidades europeias, desde quando começaram a ser fundadas a partir do séc. XIII, usavam toga verde em alusão às plantas medicinais usadas em seus tratamentos, pela qual se distinguiam dos demais doutos formados em Artes, Direito e Teologia, cuja toga era preta. O verde sempre esteve associado ao reino vegetal, que se renova e se mantém lustroso graças às águas regeneradoras e doadoras da vida. Por isso o verde é arauto da primavera, guardando ainda a propriedade de ser envolvente, terno, acolhedor, tranquilizante e tonificante.

A tradição órfica, por exemplo, que tanto influenciou o pensamento pitagórico e, a partir deste, o platonismo, considerava verde o espírito da luz que fecundara as águas primordiais que jaziam esquecidas nas trevas, fonte de todo o Universo concebido. Para os alquimistas, o verde associa-se à Pedra ou Tábua de Esmeralda, cujas treze assertivas cumprem legar aos homens a doutrina oculta de Hermes Trimegistus. Também o Santo Graal, símbolo de integração perfeita entre os homens e a divindade, é descrito como um cálice de esmeralda ou cristal verde, receptáculo de todo amor e sacrifício que devem ser absolutamente sorvidos pela alma que aspire ao numinoso contato com Deus através da ascese espiritual.

Este II Grau responde pela Clínica, compreende, pois, nossas regulares sessões de terapia, tratamentos individuais que ocorrem no âmbito de um consultório. Clínica é termo cunhado por Hipócrates (séc. V a.C.); em grego, significa “medicina ao pé do leito”. Traduzindo-o em acordo com os nossos ideais, a Clínica do Encantamento, particularmente, exige do psicoterapeuta que este se torne verdadeiro “amigo da alma” de seus pacientes, que se ponha, pois, o mais próximo e acercado dela. A propósito, seja qual for a linha de psicoterapia em curso, jamais haverá cura possível sem que primeiramente se estabeleça alquímica empatia entre paciente e terapeuta. Lamentavelmente, este princípio acha-se por muitos esquecidos. Quanto a isto devo dizer: em suma, nunca é o ego do médico quem realiza as curas, mas sim a dose de amor divino que ele é capaz de suportar todas as vezes que se ajoelha ao pé do leito de seus pacientes na esperança de ajudá-los. Por isso, acercar-se das almas que sofrem e reconhecê-las em suas reais necessidades, é o mais acertado passo para que um trabalho clínico se inicie e dê bons resultados. Toda vez que esta ponte clínica se estabelece, assim compreendo, muitos são os anjos e as bênçãos que cuidam orientar médico e paciente em direção à cura desejada.

É de vital relevância a relação entre terapeuta e paciente; desde que regrada por paciência e oração, poder-se-ão operar todos os ensaios e experimentações necessários até que o paciente, sentindo verdadeira confiança, entregue a quem lhe trata a chave com que se abrirá a porta de antecâmara de seu Templo interior, em cujo altar mora o Eu Maior. Este Primeiro Átrio é passagem obrigatória e preparatória a todo Templo da Cura. Neste Átrio é que a alma se descobre em posse da palavra de passe, isto é, de sua senha pessoal, que fará proferir seu mais justo pedido (de ajuda), nenhum outro senão aquele que lhe permitirá ingressar na sacralidade de seu universo psico-mitológico.

O II Grau traduz-se, enfim, por elaborado processo de cura, equivalente à prática cirúrgica, na qual o bisturi é o discurso. Mas seu exercício psicoterapêutico nada tem de experimental, como os demais Graus, senão o fato de que por estarmos clinicando, aprendemos a cada dia e novamente. Talvez seja por isso que as sessões entre terapeuta e paciente estejam sempre regradas por tantas sincronicidades e sensações de reencontro que vão bem além da razão, já que estamos palmilhando os domínios da alma.

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Para saber mais a respeito, acesse: ‘Psicoterapia do Encantamento, seus Fundamentos, seu Símbolo e seus Arquétipos’.